O programa Act!onHeat vai apoiar 120 municípios europeus a desenvolverem um plano estratégico para a transição energética no sector do aquecimento e arrefecimento, visando a disseminação de projectos de redes urbanas, através do acesso a serviços de consultadoria e capacitação e aos softwares de planeamento Hotmaps e THERMOS. As candidaturas dirigem-se a governos locais e regionais, agências de energia e urbanistas e estão abertas até dia 31 de Julho e, segundo Juan Varo López, gestor de projecto na empresa espanhola Creara, um dos elementos do consórcio, o planeamento do arrefecimento urbano poderá ser uma “alternativa interessante” para os países do Sul da Europa. Financiado pelo Horizonte 2020, o Act!onHeat vai ainda apoiar 30 pré-estudos de viabilidade para projectos individuais e uma análise de performance adicional a 15 projectos. Saiba mais aqui sobre este projecto liderado pelo Instituto Fraunhofer e apoiado pela rede ICLEI Europe, pela alemã Eclareon, pelas austríacas TU Wien e e-think e pelo britânico CSE – Center for Sustainable Energy.
Quais podem ser os benefícios, bem como os desafios, de desenvolver um planeamento de aquecimento e arrefecimento urbano (district heating and cooling) em países do sul da Europa, como é o caso de Portugal?
Juan Varo López, Project Manager na Creara: As redes de aquecimento e arrefecimento urbano (DHC, na sigla inglesa) estão significativamente menos difundidas nas regiões do Sul da Europa. Tal deve-se principalmente à falta de necessidade de aquecimento nestas regiões, uma vez que os primeiros sistemas DHC visavam sobretudo este aspecto. No entanto, desenvolvimentos tecnológicos recentes, como o armazenamento a frio, bem como um maior foco no sentido da sustentabilidade e da eficiência energética, tornaram o arrefecimento urbano uma alternativa interessante a considerar no desenvolvimento do planeamento estratégico do aquecimento e do arrefecimento. Isto é particularmente interessante para o Sul da Europa, uma vez que as suas necessidades tendem a estar mais relacionadas com o arrefecimento do que com o aquecimento.
Além disso, a última geração de sistemas DHC tenta abranger tanto o aquecimento como o arrefecimento através de um sistema inteligente que utiliza fontes de calor e dissipadores de calor. Isto pode ser visto como uma oportunidade para estes países liderarem o desenvolvimento da próxima geração de redes DHC eficientes.
O projecto Act!onHeat tem como alvo os responsáveis pelo planeamento urbano de modo a formá-los em relação à forma de avaliar este tipo de desenvolvimento, tanto do ponto de vista técnico como económico. O mecanismo de apoio também fornece ferramentas que permitem avaliar a possibilidade de implementar uma rede DHC de forma rápida e eficiente, bem como todo o apoio necessário para aprender a utilizá-las de forma autónoma.
Que papel desempenham os edifícios em todo este processo de planeamento?
Ali Aydemir, coordenador do projecto Act!onHeat: Os edifícios estão no centro do planeamento do aquecimento e do arrefecimento. O conhecimento fornecido pela estrutura de apoio do Act!onheat ajuda os municípios a identificarem estratégias resilientes para a sua renovação, aquecimento e arrefecimento.
