Encerraram, ontem, as eleições dos corpos sociais da Ordem dos Arquitectos para o período de 2023-26 e os resultados, ainda que provisórios, já apontam para Avelino Oliveira, da Lista A “Agora → Futuro”, como o próximo bastonário.

Duas listas estiveram num frente a frente para os órgãos nacionais da Ordem dos Arquitectos para o próximo triénio de 2023-26. A Lista A “Agora → Futuro”, liderada por Avelino Oliveira, e a Lista C “É Urgente Arquitetura”, encabeçada pelo actual presidente Gonçalo Byrne.

Dos 28 211 membros da Ordem dos Arquitectos com direito de voto, foram apurados 6 088 votos (cerca de 22 %) e os resultados, ainda provisórios, já permitem perceber quem estará à frente dos órgãos nacionais da associação representativa dos arquitectos. Tanto para o Conselho Directivo Nacional, como para a Mesa da Assembleia Geral, para o Conselho de Disciplina Nacional e para o Conselho Fiscal, a Lista A aparece à frente com cerca de 57 % dos votos.

Assim, o cargo de presidente, actualmente ocupado por Gonçalo Byrne, passará a ser ocupado por Avelino Oliveira.  Nascido no Porto em 1970, Avelino José Pinto de Oliveira concluiu, em 1995, uma licenciatura em Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Em 1999, ingressou na Universidat Politècnica da Catalunya, onde completou uma pós-graduação em Projectos Arquitectónicos.

Mais tarde, em 2012, concluiu um Doutoramento na Universidade Fernando Pessoa, onde tinha iniciado a carreira como professor em 2001. A tese, intitulada A casa compreensiva: a convivencialidade na concepção arquitectónica das tipologias de habitação em Portugal Continental, consistiu numa investigação sobre a habitação em Portugal e está disponível em livro.

Hoje em dia, continua a ser professor assistente na Universidade Fernando Pessoa, bem como no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa.

A par da carreira académica, o próximo bastonário da Ordem dos Arquitectos também tem desenvolvido a sua carreira profissional enquanto arquitecto desde 1993 na empresa OVAL, gabinete de arquitectura sediado em Matosinhos de que é sócio-fundador.

Avelino Oliveira é ainda CEO da empresa OLV, que presta serviços nas áreas de projectos e políticas urbanas, gestão de património, espaços e obras, planeamento estratégico e estudos, e de soluções de mobilidade urbana.

Na Ordem dos Arquitectos, Avelino Oliveira também já tinha sido presidente da Assembleia de Delegados no mandato de 2017-19.

Agora → Futuro

“É necessário que a Ordem dos Arquitectos se transforme na ferramenta útil que fornece à sociedade, através dos arquitectos e da arquitectura, o seu verdadeiro desígnio social. E que não se reduza apenas à condição de instituição administrativa, que reproduz as mesmas tarefas ano após ano”, lia-se na apresentação do programa da Lista A, cujo mote é “Agora → Futuro”.

Entre os objectivos elencados pela Lista A, tendo a visão do “Agora” e a ambição para o “Futuro”, estão questões como a recuperação da ligação e proximidade dos membros da Ordem à instituição, a luta por melhores honorários, remunerações e condições na profissão, a procura de simplificar procedimentos administrativos e burocracias, ou a criação de um contexto legal para os seguros profissionais, por exemplo.

Órgãos regionais

Quanto aos órgãos regionais, a Lista A lidera nas secções Norte (com cerca de 62 % dos votos), Centro (cerca de 60 %), Lisboa e Vale o Tejo (com cerca de 50 %), Algarve (cerca de 59 %), a todas as quais a Lista C também concorria.A Lista A aparece também na frente das secções regionais do Alentejo e da Madeira, nas quais foi a única lista candidata, nomeadamente com cerca de 88 % e 85 % de votos favoráveis.

Quanto à região dos Açores, à qual concorriam a Lista A e a Lista B “Em Ordem (Açores)”, é a Lista B, apresentada por Nuno Costa, actual representante regional, que lidera. Para a Assembleia Regional e para o Conselho Directivo Regional, a Lista B arrecadou cerca de 54 % dos votos para o Conselho de Disciplina Regional contou mesmo com mais de 57 % dos votos.

O acto eleitoral, que estava aberto desde dia 12 de Setembro na modalidade de voto antecipado, que podia ser realizado por via electrónica ou por correspondência, encerrou ontem, dia em que ocorreu também a votação presencial. O voto presencial aconteceu entre as 15h e as 20h (horas de Portugal Continental) de ontem nas diversas secções regionais da Ordem dos Arquitectos.