Em 2021, o número de empregos na área das energias renováveis ultrapassou os 12,7 milhões, com 32 % destes postos de trabalho a corresponderem a mulheres. Os dados são da REN21, comunidade global de actores que actuam em áreas relacionadas com as energias renováveis, que publicou, ontem, os últimos dois módulos da coleção de relatórios sobre o estado global das renováveis. 

Como parte do Renewables 2023 Global Status Report, a REN21 tem disponibilizado uma colecção de análises. As duas mais recentes, Renewables for Economic and Social Value Creation e Global Overview, incidem, respectivamente, sobre os benefícios da implementação das renováveis para a sociedade e para a economia e sobre uma síntese do estado das renováveis no sistema energético.

No primeiro relatório, a REN21 destaca os “múltiplos benefícios que a implementação da energia renovável gera na criação de empregos e de valor económico local, na redução da poluição e dos custos em saúde, na protecção do ambiente, no avanço da igualdade de género, na melhoria da segurança e do fornecimento de energia e na acessibilidade a energia em comunidades em pobreza energética e no desenvolvimento de actividades económicas”.

No que diz respeito à vertente do emprego, a REN21 destaca o “recorde” atingido em 2021 – mais de 12,7 milhões de empregos ligados às renováveis (12 % na Europa), sendo que 700 mil foram criados durante esse próprio ano – avançando-se, assim, no sentido do objectivo de se atingir 38 milhões de empregos em 2030, uma meta traçada pela Agência Internacional de Energia.

Para atingir esse objectivo, será preciso apostar em programas educacionais e de reconversão profissional, o que, segundo a REN21, está já a ser uma necessidade reconhecida pelos governos. A propósito da reconversão profissional, a comunidade internacional destaca que “as capacidades de aproximadamente 22 milhões de trabalhadores na indústria do petróleo e do gás (70 % de todos os trabalhos) coincidem com as capacidades necessárias em empregos de baixa intensidade carbónica”. 

Além disso, a REN21 destaca que dos 12,7 milhões de empregos 32 % são ocupados por mulheres. Olhando para a área da energia solar, em particular, esta fatia de representatividade feminina sobre até aos 40 %. Ao sublinhar que “as renováveis podem desempenhar um papel-chave em reduzir a desigualdade de género”, a entidade adianta também, no relatório, que “muitos governos estão a responder à necessidade de criar e diversificar a força de trabalho na área das energias renováveis, por exemplo, ao oferecerem programas para treinarem mulheres, pessoas indígenas e outros grupos marginalizados”.