A REHVA – Federação Europeia das Associações de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado lançou novas recomendações para a ventilação em edifícios não residenciais. Assente em parâmetros de saúde, a REHVA propõe uma nova referência para as taxas de ventilação e para o método de projecto para mitigar a propagação de doenças respiratórias infecciosas de transmissão aérea, já no contexto pós-Covid.
No final de 2022, a REHVA lançou o guia Health-based target ventilation rates and design method for reducing exposure to airborne respiratory infectious diseases. Disponível em formato digital de forma gratuita, o documento reporta evidências actualizadas que foram recolhidas pelos especialistas da REHVA para oferecer novas orientações para ventilar os espaços interiores.
A nova norma deverá ser aplicada de forma a “complementar métodos de projecto de ventilação existentes em edifícios não residenciais, excluindo edifícios de prestação de cuidados de saúde e edifícios industriais”, explica a entidade. A federação acrescenta ainda que os alvos traçados para a ventilação são válidos quer para novos edifícios quer para renovações.
“Durante a pandemia de Covid-19, ficou claro que a ventilação adequada é uma medida-chave da engenharia para reduzir a disseminação de vírus respiratórios”, refere a REHVA, num comunicado divulgado nesta terça-feira. Assim, com o objectivo de reduzir a exposição a patógenos e assegurar a salubridade da qualidade do ar, a federação europeia desenvolveu um novo método de projecto para ventilação baseado no risco de infecção.
Em vez de se focar apenas nos “critérios que se baseiam na percepção de qualidade do ar (odores)”, o novo método de projecto para ventilação proposto pela REHVA expande a aplicação das normas existentes, EN 16798-1:2019 e ISO 17772-1:2017, para dar mais atenção à transmissão de doenças respiratórias.
Na prática, cria novos alvos para as taxas de ventilação de modo a que “as mais elevadas taxas de ventilação baseadas em saúde e conforto sejam usadas como a capacidade de projecto do sistema de ventilação”, mantendo a possibilidade de ajustamento às condições fora e dentro de períodos epidémicos.
Através das novas taxas de ventilação, a REHVA espera conseguir diminuir a propagação de alguns patógenos, garantido que, pelo menos, uma pessoa infectada não irá infectar mais do que uma outra durante o período infeccioso pré-sintomático.