O projecto KŌZŌWOOD vai comercializar habitações neutras em carbono (net zero carbon buildings), fabricadas com recurso a madeira. O objectivo é produzir, numa unidade industrial em Esposende, mais de mil casas por ano.

Com a marca KŌZŌWOOD, sendo Kōzō a palavra japonesa para “estrutura”, a empresa de construção em madeira Black Oak Company e a promotora imobiliária Vanguard Properties pretendem fabricar edifícios neutros em carbono e de elevada eficiência energética em Portugal. Mil habitações com sistemas CLT (cross-laminated timber) e 200 casas de madeira com sistemas woodframe são o objectivo anual desta marca, que surge de um acordo celebrado entre as duas empresas há duas semanas.

Para atingir essa capacidade instalada produtiva, e considerando que as casas serão produzidas off-site, foi já realizado um investimento de 25 milhões de euros também para expandir a unidade industrial da Black Oak Company, em Esposende. A ideia é que a área de implementação seja duplicada para atingir os 20 mil metros quadrados. Além disso, segundo o município de Esposende, também o número de postos de trabalho deverá chegar aos 100 nos próximos anos. 

Segundo o CEO da Vanguard Properties, José Cardoso Botelho, esta aposta vai também servir para alimentar os projectos Terras da Comporta e Muda Reserve. No sentido de “garantir que todos os edifícios construídos sejam neutros em emissões de carbono e altamente eficientes do ponto de vista da energia”, está já prevista, para o último trimestre deste ano, a produção de mil casas NZEB para estes projectos.

“Solução sustentável e competitiva”

De acordo com a Vanguard Properties, a construção a partir de estruturas em madeira é, actualmente, “uma solução sustentável e competitiva face às estruturas de aço, betão ou alvenaria”. A justificação, refere a empresa, prende-se com os avanços nas novas tecnologias que permitem tornar este material natural mais resistente a fogos e sismos, mais fácil de transportar e de montar, com uma “melhor relação peso/resistência e maior economia dos custos”. 

Para a promotora, os edifícios em madeira conferem ainda um efeito protector em relação à paisagem por serem “85 % mais leves do que edifícios em betão” e, por conseguinte, serem “menos exigentes ao nível das estruturas de suporte”. Adicionalmente, a construção no ambiente controlado de uma fábrica é também um factor que contribui para a “redução da poluição atmosférica, visual e ambiental”. 

O fabrico das casas neutras em carbono será realizado em Esposende, um município que procura fornecer, nas palavras do presidente da autarquia, Benjamim Pereira, “uma política favorável ao investimento”, com reduções e isenções. Para levar estas casas de Esposende para todo o mundo, a comercialização será feita através da marca KŌZŌWOOD, sob a qual a Black Oak Company irá operar, numa estratégia de rebranding para maior alinhamento com os mercados internacionais.