A Associação Europeia de Bombas de Calor (EHPA) e a Fundação Europeia do Clima (ECF), em conjunto com mais 21 organizações, incluindo indústria, governos e ONGs, vão apresentar, hoje, o roteiro Heat Pump Accelerator. Este plano, que foi ontem endereçado à comissária europeia da Energia, Kadri Simson, tem como objectivo ajudar a ultrapassar os desafios do sector das bombas de calor para acelerar a implementação destes equipamentos.

Há uma meta clara para o sector europeu das bombas de calor: instalar, de forma adicional, 60 milhões de bombas de calor na Europa até 2030 para cumprir com aquilo que está preconizado no plano europeu REPowerEU. No entanto, este sector, que, segundo informações da EHPA, já conta com cerca de 20 milhões de bombas de calor instaladas, enfrenta dificuldades na resposta à procura crescente.

Foi com essa perspectiva em mente que 23 organizações se juntaram para definir, num roteiro, as barreiras que condicionam este caminho e propor soluções. Com o contributo de entidades industriais, governamentais e não-governamentais, entre as quais também a Agência Internacional de Energia e a associação Energy Cities, identificou-se um conjunto de desafios que vão desde “os custos de investimento e operacionais, até à falta de informação clara para os consumidores e até à escassez de instaladores”, refere a EHPA, em comunicado.

A representante europeia sector das bombas de calor acrescenta ainda que, para ultrapassar estes obstáculos, as cinco principais soluções deverão passar por tornar o aquecimento limpo uma norma, por aumentar a integração do sistema energético com bombas de calor flexíveis, por apoiar a liderança da indústria europeia, ou ainda por facilitar quer o acesso aos consumidores (em termos de informação e custos), quer o desenvolvimento de talento.

O plano ou roteiro, denominado Heat Pump Accelerator, vai ser apresentado em mais detalhe e publicamente, hoje, em Bruxelas. Já ontem este documento tinha sido oficialmente remetido à comissária europeia da Energia, Kadri Simson, pelos coordenadores da iniciativa, a EHPA e a ECF. “Agradecemos à Comissão Europeia por receber este Acelerador e apelamos a que se preste atenção às suas recomendações. Acima de tudo, o sector precisa de um sinal claro de um apoio de longo prazo por parte dos decisores políticos”, sublinha Thomas Nowak, secretário-geral da EHPA.

Recorde-se que a Comissão Europeia deverá publicar, até ao final do ano de 2023, o primeiro Plano de Acção para as Bombas de Calor, de modo a atingir-se o objectivo dos 60 milhões de equipamentos até 2030. Lembre-se ainda que a EHPA e a ECF tinham lançado, em Abril deste ano, um relatório sobre os benefícios sociais, económicos, e climáticos do cumprimento deste cenário.