No seguimento da decisão do Governo de criar, pela primeira vez, o ministério da Habitação, a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) espera ver os “grandes problemas da habitação no topo da agenda”. Congratulando-se com este “importante passo”, a APPII sente-se expectante também em relação à responsável pela pasta, a ministra Marina Gonçalves.
Com a saída de Pedro Nuno Santos do ministério das Infraestruturas e da Habitação, o Governo decidiu dividir a tutela em dois. Um novo ministério das Infraestruturas vai ser delegado a João Galamba, até aqui secretário de Estado do Ambiente e da Energia, enquanto Marina Gonçalves vai, hoje, tomar posse da primeira pasta dedicada exclusivamente à Habitação.
Neste contexto, a APPII, que representa agentes do mercado imobiliário, já veio congratular publicamente a criação deste novo ministério, à semelhança de algumas outras entidades do sector, como a Ordem dos Arquitectos e a Associação Nacional de Proprietários. “É o reconhecimento, por parte deste Executivo, da importância da habitação para o país e sobretudo para os portugueses”, refere a APPII em comunicado.
A associação do sector acredita ainda que esta nova tutela é um “importante passo” para que “o Governo possa concretizar rapidamente medidas concretas na resolução dos grandes problemas da habitação em Portugal, a começar pela implementação de políticas para a habitação acessível”.
“A criação do ministério da Habitação vai permitir colocar finalmente os grandes problemas da habitação no topo da agenda do Governo”, reitera Hugo Santos Ferreira, no mesmo comunicado. O presidente da APPII, acrescentando estar disponível para continuar o “trabalho positivo” que tinha iniciado com o novo rosto da pasta da Habitação, a ministra Marina Gonçalves, que era até aqui secretária de Estado.
Marina Gonçalves “reúne as condições”
Na visão do representante da APPII, a responsável pelo novo ministério está ciente dos desafios do sector e “reúne as condições para manter o trabalho que iniciou na resolução dos problemas para a criação de mais habitação acessível, tanto pela via pública como pela via privada, como seja [através da] a eliminação da burocracia e do caos do licenciamento urbanístico para, assim, colocar mais casas, de forma mais rápida e mais barata, no mercado”.
Recorde-se que Marina Gonçalves, com 34 anos, é licenciada em Direito e mestre em Direito Administrativo, pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto, tendo exercido inicialmente funções como advogada. Está na esfera política, onde já desempenhou diferentes cargos, desde Novembro de 2015, altura em que entrou enquanto assessora do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.