A ASHRAE, associação americana ligada ao sector de AVAC, publicou pela primeira vez uma norma para avaliar se os objectivos net zero no que diz respeito à energia e ao carbono estão ou não a ser cumpridos na operação de um ou mais edifícios. A proposta foi lançada na quinta-feira passada.

Reconhecendo a dificuldade de alcançar edifícios net zero, a ASHRAE decidiu endereçar os obstáculos subjacentes a este desafio e lançar uma nova ferramenta para tentar ajudar os profissionais da construção no planeamento estratégico da descarbonização do sector. Trata-se da norma ANSI/ASHRAE Standard 228-2023, Standard Method of Evaluating Zero Net Energy and Zero Net Carbon Building Performance.

Lançada na quinta-feira passada, esta norma “estabelece os requisitos para avaliar se um edifício ou um grupo de edifícios cumpre a definição de ‘energia net zero‘ ou a definição de ‘carbono net zero‘ durante a operação”, refere a associação americana.

Além de incluir aspectos de outras normas da associação para medir e avaliar os fluxos de energia e carbono, a Norma 228 prevê, adicionalmente, uma forma de calcular a energia por fonte que é também capaz de endereçar a energia utilizada e a energia perdida durante o processo de extracção, geração e trânsito até ao local de construção. Além disso, define um cálculo de energia principal cuja base é feita em termos de factores médios anuais, embora seja possível utilizar uma base diferente caso os dados estejam disponíveis.

A Norma 228 da ASHRAE permite ainda uma adaptação da ferramenta, através de deduções, às instalações que não têm a oportunidade de produzir energia renovável de forma adequada. Nesses casos, o cálculo contempla, no entanto, requisitos adicionais em relação ao uso externo de carbono e de energia renovável.

Segundo a ASHRAE, esta nova norma não se aplica a estabelecer metas ou limites de desempenho energético dos edifícios nem a orientar o respectivo design. Ademais, não considera a energia incorporada dos materiais de construção e dos sistemas, o transporte e requisitos de saúde, segurança ou ambientais. A norma, disponível no website da associação, será passível de actualização regular, sendo o processo da responsabilidade de um comité criado para o efeito (Standing Standard Project Committee), liderado por Paul Torcellini.