A Geoterme esteve presente no ambicioso projecto de renovação das centrais de produção de água quente e água gelada do IPO – Instituto Português de Oncologia de Lisboa, que consistiu na substituição dos equipamentos de produção e distribuição de energia térmica por outros mais eficientes, a par da instalação de um sistema SACE de alta eficiência.

Esta unidade hospitalar, do foro oncológico, está distribuída por 10 pavilhões, que foram construídos tendo em conta as necessidades que se fizeram sentir desde a sua génese. De entre estes pavilhões, o Pavilhão Central, onde se encontram sediados os principais serviços do IPO – Lisboa, foi inaugurado em 1948, tendo-se lhe seguido a construção do Pavilhão de Rádio, inaugurado em 1958, o Pavilhão da Medicina, inaugurado em 1971, o Pavilhão Lar – convertido do anterior Lar de Enfermeiras em 1975 e o Pavilhão de Radioterapia construído em 1980.

Tendo em conta a evolução do IPO, é fácil perceber, que as instalações técnicas integradas nos vários pavilhões evoluíram numa óptica da satisfação das necessidades imediatas, subordinando-se assim aos requisitos dos respectivos serviços.

Estas instalações, algumas ainda com componentes que vêm da construção original dos respectivos pavilhões, foram sendo remodeladas ao longo dos anos, mas a necessidade de as manter em serviço, sem grande perturbação, não permitiu uma intervenção profunda com o objectivo da sua racionalização como agora sucedeu com este projecto.

Soluções técnicas existentes à partida para o projeto:

Sistema SACE: Inexistente, com recurso a sistemas de controlo individual pontuais.

Água Quente: A produção de água quente para a satisfação das necessidades de AQS e Climatização era realizada na Central Térmica, dotada de 2 Caldeiras de Vapor, alimentadas a Gás Natural e que entraram em produção no final dos anos setenta. Estas Caldeiras tinham uma capacidade unitária da ordem dos 2.000 kW.

Água Gelada: A produção de água gelada para a satisfação das necessidades de climatização e arrefecimento de equipamentos tais como os aceleradores lineares e o datacenter era realizada com recurso a vários chillers instalados de acordo com as necessidades dos serviços, com uma potência total instalada da ordem dos 3.400 kW.

Soluções adoptadas neste projecto:

Numa estratégia claramente orientada para a descarbonização do edifício, o IPO teve à partida, como principal ambição, a redução substancial dos consumos energia primária e a redução das emissões de CO2, bem como, uma estratégia para a redução de utilização de combustíveis fósseis.

O sistema SACE teve na abordagem deste projecto um especial enfoque porque aí se baseava todo o controlo e automatização dos novos sistemas a instalar e somente dessa forma se poderiam obter as poupanças de energia e de emissões ambicionadas.

Neste sentido foi desenvolvido e implementado pela Geoterme um sistema SACE de alta eficiência com recurso a sistemas e equipamentos de última geração a comunicar no protocolo BacNet/IP.

 

 

A distribuição de energia térmica recorre a sistemas de medição e controlo inteligentes e, deste modo, é fornecida de uma forma variável e ajustada às necessidades do consumo em cada instante. Para o melhor controlo da instalação a Geoterme recorreu a algoritmos de controlo com o princípio “Demand Control System” que se baseia no ajustamento constante dos sistemas de produção às flutuações do lado do consumo conduzindo a uma substancial redução dos consumos de energia.

 

 

O funcionamento do sistema de SACE é assegurado a partir da sala de operação da central térmica do IPO, local onde se localiza o posto de sistema de supervisão com certificação BacNet/AWS e onde corre o programa de gestão técnica centralizada. Através da WEB os utilizadores podem aceder ao sistema de supervisão em qualquer parte do mundo, desde que estejam ligados à rede interna do IPO.

O sistema de supervisão está ligado a vários monitores para o constante acompanhamento e gestão da instalação por parte dos técnicos de operação e manutenção, orientados para a constante maximização da eficiência energética da instalação.

No campo dos equipamentos de produção de energia térmica foi adoptada uma solução de produção de água quente em Chillers/Bomba de Calor, ao longo de todo o ano, com recuperação de água gelada para satisfação das necessidades de frio, também ao longo de todo o ano.

Atendendo a que o COP dos Chillers/Bomba de Calor baixa com a temperatura exterior, ficando a sua utilização inviabilizada para temperaturas exteriores reduzidas, a produção de água quente, quando a temperatura do ar exterior desce abaixo de um valor definido, é realizada em Caldeiras de Condensação. Estas Caldeiras são ainda utilizadas para produzir água quente, no tratamento da Legionella.

 

 

Este artigo tem o apoio da Geoterme.