Desde 1 de Março que os electrodomésticos têm novas etiquetas que definem o seu grau de eficiência energética. As novas etiquetas pretendem simplificar uma classificação que, pela sua complexidade, começava a ser algo difícil de descodificar para os utilizadores.
Com a alteração, deixam de ser usadas as classificações A+, A++ ou A+++, para se regressar a uma escala mais simples, de A a G. Segundo a Comissão Europeia, “esta escala é mais estrita e foi concebida de modo a que sejam muito poucos os produtos que inicialmente obtêm a classificação de «A», deixando assim uma margem para a inclusão de produtos mais eficientes no futuro”.
Além da simplificação da classificação, as novas etiquetas vêm com um QR Code que remete os consumidores para uma base de dados europeia e onde podem obter mais informações sobre o produto em causa, tais como dados relativos às dimensões, características específicas ou resultados de ensaios. O próprio design da etiqueta foi redesenhado, mostrando agora “ícones mais claros e modernos”.
Numa primeira fase, as novas etiquetas abarcam “apenas” quatro das 15 categorias: frigoríficos e congeladores, máquinas de lavar loiça, máquinas de lavar roupa e televisores (e outros monitores externos). Em Setembro, abarcará as lâmpadas e fontes luminosas. As restantes categorias serão abrangidas nos próximos anos.
Segundo informações disponibilizadas pela ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, as lojas, físicas e/ou on-line, terão 14 dias úteis para substituir as etiquetas antigas pela nova versão. Já Joana Fernandes, coordenadora na Direcção de Projectos Técnicos da ADENE – Agência para a Energia, durante o webinar realizado, ontem, para esclarecer as mudanças e mais-valias da nova etiqueta, referiu que o prazo estabelecido para a total substituição das etiquetas é 30 de Novembro deste ano, pelo que, até essa data, é possível que as antigas etiquetas ainda sejam visíveis nas lojas, nomeadamente em produtos descontinuados ou que não foram colocadas novas unidades no mercado.
Classe energética reflecte-se em poupanças
Dados da ADENE ilustram a importância da etiqueta energética: segundo esta fonte, 79 % dos consumidores toma a mesma em consideração quando adquirem novos produtos, sendo o segundo símbolo mais reconhecido pelos consumidores europeus. Essa escolha reflecte-se também em poupanças no final do mês. A agência refere que esta categorização tem ajudado “cada família europeia a economizar até 285 euros por ano”, assim como tem incentivado os consumidores a comprar produtos com maior eficiência energética desde há mais de vinte anos. Uma eficiência que, segundo a ZERO, e dada a utilização das novas etiquetas, representará 167 TWh de reduções no consumo de energia por ano em 2030 – “tanto quanto três vezes o consumo de eletricidade anual actual em Portugal”. Isto porque as novas etiquetas dão informação sobre o consumo anual de electricidade não só em termos de potência (kWh) mas também dos euros.
Para ajudar os consumidores a compreender melhor a nova etiqueta da eficiência energética e as suas vantagens, a ADENE e a Deco Proteste criaram um sítio on-line dedicado onde têm informação e formação.