Portugal é “um exemplo a seguir” em matéria de políticas de eficiência energética. É desta forma que o país é apresentado no estudo The Energy Efficiency Watch Survey Report 2020, levado a cabo pelo Fórum Europeu para as Fontes de Energia Renovável (EUFORES). No espaço de três anos, Portugal passou da 21ª para a sétima posição, registando a maior subida (na Europa a 27) no ranking que avalia o progresso na implementação de políticas de eficiência energética.

No topo da classificação, estão Finlândia (1ª posição) e Dinamarca (2ª posição), enquanto Chipre ocupa o último lugar da tabela.

O estudo, que compila a análise de 1270 especialistas do sector, considera que o salto dado por Portugal se deve à “evolução positiva na eficiência energética na indústria, nos transportes e nos edifícios”. Segundo comunicado da ADENE – Agência para a Energia, a análise destaca as políticas no país no âmbito da etiquetagem de produtos, requisitos para o desempenho de edifícios e certificação de edifícios – com cerca de 90 % dos especialistas a avaliar estas políticas como “eficaz” ou “muito eficaz”.

Aa nível da implementação, maior parte dos especialistas considera que Portugal regista “alguns progressos” – no que se refere, por exemplo, à renovação dos edifícios, 65 % considera que houve algum progresso e 19 % considera que houve bons progressos. No entanto, há um campo onde ainda é preciso trabalhar: o funcionamento do mercado dos serviços de energia e o papel exemplar dos edifícios públicos – com 47 e 44 % dos peritos, respectivamente, a considerarem que não houve qualquer progresso nestas matérias

A importância da eficiência energética é demonstrada pelo facto de Portugal ser um dos 8 Estados-Membros nos quais todos os peritos consideram que os objectivos da União Europeia e as respectivas directivas são um factor positivo para o progresso da eficiência energética no país. Já no que concerne às ambições de alcançar a neutralidade climática até 2050, 91 % considera que é um “sinal importante” para políticas mais ambiciosas.

No entanto, o relatório também aponta que o impacto positivo da eficiência energética no mercado de trabalho não é suficientemente debatido em Portugal, embora seja já reconhecido pela sociedade. O estudo considera que levar este tema para o debate, a par da apresentação de números, ajudaria a aumentar o interesse na transição energética. Por sua vez, os argumentos utilizados sobre os elevados custos podem ser contrariados, na opinião do relatório, através de uma comunicação clara sobre os benefícios dos investimentos, bem como destacando os financiamentos e as soluções de financiamento existentes.